segunda-feira, 26 de março de 2012

Amor cego

Depois do Cambicho, meu primeiro "longa metragem", agora chegou a vez do meu primeiro "curta". O legal de escrever um poema curto é que o leitor demora uma eternidade tentando entender o que o (maldito do) cara que escreveu está tentando dizer em apenas uma estrofe...hehehe!!!


Amor cego
Moisés Armani Ramírez

O caso do casamento do caseiro
Falava do falado faladeiro
Que sabiamente não sabia do sabido
Que o amor amado havia amadurecido

domingo, 25 de março de 2012

Cambicho

Este é um poema muito especial, pois, além de ser o meu primeiro "longa metragem" (com mais de cinco estrofes), é uma homenagem às tradições do meu querido Rio Grande do Sul. Esse apresenta diversas palavras gaudérias (incluindo o título) e soa melhor quando lido com aquele sotaque que vem lá dos Pampas!


Cambicho
Moisés Armani Ramírez

De vestido, sapatilha e renda
Foi lá na minha querência
Que eu encontrei a minha prenda
Com toda a sua inocência

Ela parecia um pouco acuada
Pois até seu custo levou
Não entendi absolutamente nada
Quando o meu chimarrão recusou

Mas como todo bom Gaúcho
Não desisti da peleia
Amanhã contigo me pexo
Lá perto da sinaleira

E lá estava ela, bem assim:
Linda e deslumbrante
O gaudério passou por mim
Tchê, onde encontrastes este diamante?

No CTG eu a levei
Para comer um baita churrasco
Com o patrão eu me dei bem
Porque dei uma cuia como regalo

O bochincho estava para lá de bom
Tinha até bergamota e cacetinho
Meio acanhada a guria perguntou
Mas cadê o branquinho e o negrinho?

Na falta, no meu bagual montei
Para no bolicho comprar
Só que no meio do percurso notei
Que ele estava a renguear

Na buenacha eu estava
Acabei nem me importando
Mas ali perto uma china chorava
Por conta de um brigadiano

Minuanos depois do inverno
Fatiota eu vesti
Trovei e rezei para o Patrão-velho
Pedindo que tudo ficasse tri

Nove luas depois
Bombacha nova tive de comprar
O tamanho era número dois
Para o guri que acabara de chegar

Decolagem

Poema inspirado em uma simples decolagem onde, em apenas poucos segundos, muita coisa acontece.


Decolagem
Moisés Armani Ramírez

Coração apertado
Lá estava ela
De rosto molhado
Do lado da janela

Avião decolando
O pé começa pesar
Ela continua chorando
Sinto alguém me puxar

Lenço molhado
Soluço mudo escutei
Seu pulso continuava fechado
Dos cangurus eu lembrei

Parecendo algodão
As nuvens eu tocava
Coração na mão
Voltar já não dava

A pressão começa apertar
Acho que ninguém sabia
Não sei como explicar
Mas a poltrona estava vazia

Longe de Casa – Parte II

A experiência longe de casa foi grande, muito grande. Impossível colocá-la em apenas um único poema. Sendo assim, segue a continuação do poema "Longe de Casa".


Longe de Casa – Parte II
Moisés Armani Ramírez

Longe de casa
O Afro encantou
Sempre no bom caminho
Muito aproveitou

Longe de casa
Sapos engoliu
Palavras do pai
Sorriso abriu

Longe de casa
O Bongô tocou
Bat macumba ê ê
Até Turco dançou

Longe de casa
Na arapuca caiu
Aos 45 minutos
Novo jogo pediu

Longe de casa
Ansioso esperava
Recordações para trás
À casa retornava

Longe de Casa

Poetizando minha experiência no exterior, nem eu mesmo sei o que é fantasia e o que foi realidade...


Longe de Casa
Moisés Armani Ramírez

Longe de casa
Asas o menino ganhou
Com destino certo e calculado
Para longe voou

Longe de casa
Sem fio se conectava
Por conta do fuso
Muito esperava

Longe de casa
O coração sangrou
Abriu mão do seu sonho
Assim se crucificou

Longe casa
Fortaleceu a fé
Caiu, tropeçou, pulou
Sempre de pé

Longe de casa
A cabeça abriu
Sem se dar conta
Coração partiu

Contrastes

Inspirado no doce e amargo prazer de viver.


Contrastes
Moisés Armani Ramírez

A vida é bela
Como a passista na passarela
A vida é feia
Como a mais covarde peleia

A vida tem sabor
Quando o pássaro beija a flor
A vida perde o paladar
Quando se deixa de amar

A vida é colorida
Como o sorriso da bela menina
A vida é preto e branco
Como o mais triste pranto

A vida é silenciosa
Quando o cravo briga com a rosa
A vida é turbulenta
Quando o carnaval se apresenta

A vida é implícita
Como da gravidade se faz a física
A vida é concreta
Como de um sonho o poeta desperta

Um pedaço de mim

Inspirado nos meus pais.


Um pedaço de mim
Moisés Armani Ramírez

Só vocês podem ser mais importantes
Do que o cândido ar que eu respiro
E do sol envolvente e vibrante
Que ilumina o meu suspiro

Deram-me muito mais
Do que uma simples vida
Sem a sua presença eu jamais
Teria uma missão cumprida

Tento encontrar palavras que descreva
A gratidão por este presente
Na presença da ausência
Digo: amarei vocês eternamente

Fecho os olhos para ver
Se de vocês eu consigo me aproximar
Então, lá do fundo ouço minha mãe dizer
Filho, nunca deixe de amar!

Olá, seja bem-vindo!

Olá,

O Rima, verso e prosa foi criado para compartilhar poesias. Não me considero um poeta, mas gosto de escrever, imaginar, criar, fantasiar e, claro, de rimar. Minha poesia vem da alma. Faço dos meus pensamentos versos e rimas que, com um toque de surrealismo, deixam a racionalidade e a razão para trás. Seguidamente me "pego" no paradoxo da vida real e da fantasia.

Mas o que é poesia? Bom, poesia é a arte de escrever em verso. Podemos até mesmo dizer que é a arte de despertar o belo. Existem infinitas formas de defini-la. Para mim, poesia é uma mágica, onde o poeta tem o dom de encantar a platéia com seus truques e despertar sentimentos.

Aos amigos que quiserem contribuir, fiquem à vontade para enviar suas contribuições (e poemas também). Minhas poesias podem ser reproduzidas desde que façam referência ao autor.


A arte não pode e jamais será patenteada.

Seja bem-vindo ao blog!

Abraço,
Moisés Armani Ramírez